quinta-feira, 27 de novembro de 2008






Pano de prato personalizado.


Todos os tons e nomes.


Encomende o seu.


15,00 + frete.

C H U V A

Muitas vezes me entristeço com a premonição que me acompanha.
Essa chuva qdo começou dilacerava meu coração e minha mente ficou confusa.
O mal estar era tão grande que senti a necessidade de dividir.
Agora sou testemunha do caos que se passa por todo lado.
A minha empregada doméstica teve sua casa alagada, a casa da mãe dela foi embora.
Uma árvore caiu em cima do carro do amigo, outra na pracinha, outra na rua do filho ...
Santa Catarina em grande sofrimento.
Ai que impotência.
Ai que dor...
PAPAI NOEL
Chico Anísio


-E quanto o senhor paga?
-Quinze cruzeiros por dia.
Fez as contas, antes de aceitar. Trabalharia dez dias, portanto...
-E a roupa?
-Roupa é o por minha conta. Aceita?
Aceitou. Começaria amanhã. Contou à mulher que conseguira uma coisinha até arranjar algo melhor. Explicou do que se tratava.
-Vou vestir de Papai Noel e ficar na calçada fazendo o povo entrar na loja.
Propagandista como o homem lá disse.
A mulher achou ridículo, mas não falou o que achava. Até lhe deu força.
-Qualquer trabalho honesto é bacana.
A roupa tinha sido usada, no ano passado, por um homem mais gordo. Apertou o cinto um furo ainda além do necessário para não sentir sobrando no corpo.
- Vamos entrando meus amigos. Aqui em “Habib & Irmãos” tudo por um preço pai para filho...
Avermelhou-se a cada grito que dava. A barba de algodão, o bigode mal feito incomodavam-no. Seguidamente procurava dar um jeito melhor na barba.
- Tudo em remarcação, tudo abaixo do custo!...
As mães esticavam-lhe os filhos para que ele lhes desse um beijo, um conselho.
- Olha Papai Noel, filho. Fala com o Papai Noel.
Os meninos mais encabulados do que ele, emudeciam.
Apenas corriam os olhos pelo seu rosto, sua roupa, seus sapatos.
-Papai Noel sem bota? Gritavam os garotos mais espertos.
Queria esconder os pés, calçados nos seus próprios sapatos. Sugeriu que lhe comprassem umas botas.
- Assim está muito bom.
O dono da loja não queria despesas maiores.
- Entrem... entrem ... Eu compro aqui.
Se Papai Noel comprava ali, ali deveria ser tudo mais em conta – pensavam assim os donos da loja. Um homem vestido de Carlitos, fazia a propaganda da casa em frente, rodando a bengala sem graça, caminhando sem jeito com pés abertos.
-Olha o Papai Noel...
Um pretinho lhe beijou no rosto. Achou desagradável o contato da boca no algodão da barba. Cuspiu os fiapos que ficaram. Assim foi durante dez dias do trato.
Temia ser reconhecido por um amigo. A cada dia fazia a barba maior e aumentava o bigode, querendo colocar uma parede no rosto. Tornar-se irreconhecível. Os sapatos, pelo menos, estavam, no final, engraxados. O cetim da roupa, amassado e rasgado em muitos pontos, já desbotara pelas inúmeras lavagens e pelo tempo em que ficava guardado, aguardando o papai Noel do próximo ano. O cinto acinzentava-se na altura da fivela pelas tantas vezes em que fora aberto e fechado.
-Vamos lá, minha gente... Em “Habib & Irmãos” é tudo de graça.
Balançava o sino que lhe puseram na mão a contragosto.
- Badala direito – advertiam os Habibs.
Chamando a atenção, agitava o sino com furor. Havia os que lhe viravam as costas e os que riam dele, achando-o tão imbecil quanto ele próprio se achava.
-Tem gente que se presta a cada papel...
- Entrem, entrem...“Habib & Irmãos” é a loja onde eu compro”
- Onde é o circo, oh palhaço?
- Tudo remarcado...
- Tão grande e tão bobo...coitado.
-...abaixo do custo.
- Me dá um presente, oh Papai Noel de araque!...
- Quinze cruzeiros por dia para gritar o nome da loja, badalar o sino, fazer-se ridículo.
Avistou um conhecido adiante, na calçada do outro lado. Entrou na loja.
- Como é?
- Vou urinar, Seu Habib.
- Papai Noel não urina.
O patrão o fez voltar à calçada. Ficou de costas para o amigo que passou sem vê-lo, felizmente. Mas era o último dia. Largaria às oito. Por ser véspera de Natal, a loja fechava mais tarde, na esperança dos derradeiros fregueses retardatários. Depois das sete já não havia movimento. Sugeriu parar.
- Por quê? Só fechavam às oito. Grita e badala o sino. Vamos lá.
Sua voz e seu sino foram, por muito tempo, os únicos barulhos da rua.
- Em Habib & Irmãos” ... –recomeçava, já rouco.
Largou às oito. Devolveu a roupa e recebeu o dinheiro. Enfiou no bolso os cento cinqüenta cruzeiros mais sofridos que ganhara na vida e caminhou para a central, em busca do trem que o levaria a Realengo.
Chegou em casa às dez e meia. A mulher o esperava no portão. Beijou-a na testa e lhe entregou, disfarçado, o pacote de trenzinho que seria colocado de noite ao lado da cama do filho.
- Tudo bom?
- tudo bom.
O filho já fora dormir. Deitara mais cedo por medo de Papai Noel esquecer dele.
Acordou as sete com o barulho de trem de plástico correndo no quarto ao lado. Foi ver o filho. Parou na porta, feliz, vendo o menino recolocar o trem que insistia em sair dos trilhos.
- Olha pai!
- Que bonito!
- Papai Noel que me deu...
- Foi, filho? – perguntou, fingindo surpresa.
- Olha só.
O filho mostrou a beleza que era o trem correndo.
- Lindo.
- Papai...
A mulher já estava ao seu lado quando o menino falou.
- Uns garotos na rua me disseram que Papai Noel não existe.
Foi a mulher que respondeu:
- existe sim, filho...
As responder a mulher apertava com força o braço do homem. Foi-lhe agradável notar que a mulher falara com absoluta convicção.


Encontrei esse conto numa revista antiga da Editora Três – NATAL – tão antiga que não tem data. Cheia de propaganda de filmes da Kodak, quando ainda não tínhamos a máquina digital.
Digitei para nos deleitarmos com esta estória de um pai que tudo tem a ver com o Papai Noel, como a maioria dos pais, que demonstram o seu amor com dignidade.
Gláucia Góes

terça-feira, 25 de novembro de 2008

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... "
(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Os correios tem uma campanha que eu gostaria de convidar vc a participar.


Eles recebem milhões de cartas de crianças de todo o pais endereçada ao Papai Noel.

Vc pode ir lá escolher uma cartinha e enviar um presente (eles não cobram o envio).

Ou se escolher uma criança da sua cidade pode vc mesma deixar o presente.


CAMPANHA

Que tal fazer algo diferente, este ano, no Natal?

Sim ... Natal ... daqui a pouco ele chega .

Que tal ir a uma agência dos Correios e pegar uma das 17 milhões de cartinhas de crianças pobres e ser o Papai ou Mamãe Noel delas?

Há a informação de que existem pedidos inacreditáveis como:

Criança pedindo um panetone, uma blusa de frio para a avó, um carrinho de plástico, uma boneca, uma caixa de lápis de cor...

É só pegar a carta e entregar o presente numa agência do correio até dia 20 de Dezembro.

O próprio correio se encarrega de fazer a entrega.


Na vida, a gente passa por 2 fases:

- a primeira, quando acreditamos no Papai Noel;

- a segunda, quando nos tornamos Papai Noel !!!



Ho! Ho! Ho!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008


Florais de Bach

CHUVA


Vitória está chovendo para todo lado.
Nunca vi um mês de novembro tão chuvoso. As ruas alagadas, roupas com cheiro de mofo... Temos que ajudar nosso planeta Terra. Cobrar das prefeituras a limpeza dos bueiros, não descartarmos aquela beiradinha da sacola de plástico, etc.
Gosto da chuva.
Gosto de ler, tomar chocolate quente, fazer crochet. Mas meu coração fica pequeno, apertado mesmo, de saber que agora muitas casas estão alagadas, caindo. Nem gosto de assistir o Jornal, me sinto impotente diante desse sofrimento alheio.

sábado, 15 de novembro de 2008


Do fundo desta noite que persiste ,
A me envolver em breu - eterno e espesso
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - erecta.
Além deste oceano de lamuria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma. Invictus

- Autor: William E Henley




Sentindo dentro das palavras dos poetas sensíveis,
colocamos nossos sentimentos à tona.
Tão profundos que se dissipam nas emoções,
e as palavras subjugam nossos corações.
Bom é que, quando a noite passa,
o sol se faz presente
e nossas emoções se transformam em palavras, quase sacras:
_ Que SOL! Tem SOL! Olha o SOL!

Gláucia Góes
beijos

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Uma amiga do Flickr adotou uma criança de 4 anos.
Que delícia.
Que lindo.
Ainda acredito na vida.
Escrevi um bilhetinho para ela.


Sandra,
Por pessoas com você e seu marido eu ACREDITO no amor.
O amor é a grande alavanca do universo.É o amor que sustenta o Cosmo, a natureza, a saúde, a harmonia, etc.
Do Cosmo recebemos o amor puro e incondicional.
Quando ele chega a nós, junta-se ás nossas energias e retorna ao universo.
Vocês estão multiplicando o que veio dos céus para vocês.
Filho é uma dádiva.
Parabéns a vocês 3, pela atitude, coragem e empreendimento afetivo.
Que Jesus abençõe a família, principalmente ao PABLO.
Beijos e O B R I G A D A !!!!!
Gláucia Góes

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Deixa-te penetrar pela alegria

Tua alegria é uma qualidade.
As tuas qualidades geram a tua felicidade.
Crê, então, nelas,trate-as bem, ergua a cabeça e tenha uma visão otimista de ti mesmo e da vida em geral.
Deixa-te penetrar pela alegria.
A alegria, a beleza e a paz desenham-se e firmam-se
dentro de ti conforme as entendes, estimas e usas.

Disso resulta que, embora sendo exuberante o teu exterior, se a
ele internamente não correspondes, o sentido da exuberância
te passa despercebido; e que, mesmo sendo desapontador o
ambiente externo, se por dentro de ti houver positividade,
o sentido da tristeza não te afeta.
Usa as tuas qualidades.Assim como os caminhos aparecem quando pisas,
as tuas qualidades surgem quando as utilizas.


Retirado de "Sempre alegre"

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Passeio Socrático

Do Mundo Virtual Ao Espiritual - Frei Betto

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: ‘Qual dos dois modelos produz felicidade?’
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: ‘Não foi à aula?’ Ela respondeu: ‘Não, tenho aula à tarde’. Comemorei: ‘Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde’. ‘Não’, retrucou ela, ‘tenho tanta coisa de manhã...’ ‘Que tanta coisa?’, perguntei. ‘Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina’, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: ‘Que pena, a Daniela não disse: ‘Tenho aula de meditação!’
Estamos construindo super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um super-executivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: ‘Como estava o defunto?’. ‘Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!’ Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega AIDS, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra!
Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais...
A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil – com raras e honrosas exceções –, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é ‘entretenimento’; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.
Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: ‘Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!’ O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista.
Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse. Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade – a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um Shopping Center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald's.. .
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: ‘Estou apenas fazendo um passeio socrático.’ Diante de seus olhares espantados, explico: ‘Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês assediavam, ele respondia: ‘Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.’

domingo, 9 de novembro de 2008

Uma ótima semana

E a vida da gente é um eterno recomeço.Estamos sempre em constante mudança e movimento... a cada dia fica mais claro que nada nessa vida é definitivo!Já pararam para pensar seriamente nisso?Então vamos lá!A gente se levanta todos os dias apenas com uma certeza, uma única certeza: "neste momento, eu estou vivo".Já prestou atenção no seu planejamento diário? Ele nunca, nunca sai como o planejado. É um atraso aqui, um telefonema ali, um farol queimado, uma visita inesperada... e pronto, lá estamos nós a replanejar o planejado. As vezes até pensamos que algumas coisas ou situações desta vez são pra valer... mas vem o instante seguinte, a hora seguinte, o dia seguinte, a reflexão seguinte, a ansiedade seguinte... e pronto, o que a gente pensou ser já se acabou, passou, perdeu a importância, mudou o foco, enfim, seja lá que nome tenha, simplesmente não é mais! E é incrível como nos moldamos rapidamente a tudo isso. Daí eu pergunto: Será que é pra ser assim mesmo, ou estamos ficando tão imediatistas que não nos satisfazemos mais com qualquer situação que possa nos trazer um pouco de estabilidade pessoal ou emocional? Será que nossa procura é tão desenfreada que já não prestamos mais atenção nas coisas que realmente são importantes? Será que de vez em quando a gente não deveria simplesmente receber aquilo de bom que a vida está nos dando e apreciar mais atentamente, desacelerar um pouco o nosso ritmo, pensar um pouco mais naquilo que verdadeiramente queremos.... tentar vislumbrar como seria, aquilo que chamamos "futuro"? Ah! como é difícil ser "gente grande", ao mesmo tempo que sabemos que as coisas não são definitivas, sabemos também que precisamos acreditar em algum tipo de futuro, que isso é fundamental para que a gente continue a sonhar, a ter esperanças! Por que sem isso a gente não vive, a gente simplesmente "sobrevive".

Maristela Estrela